
A Polêmica das Velas
Não é incomum quando em atendimentos há a recomendação de se acender uma vela vir as clássicas perguntas:
Mas pode acender vela dentro de casa?
Não vai encher de obsessor se eu acender a vela?
Como que acende?
E eu sempre acho interessante porque até eu entrar na Umbanda em 2019, não sabia sobre toda essa polêmica em relação a vela, cor de vela, obsessores e todos os medos, tabus e inseguranças em relação a isso.
Dentro dos meus estudos espirituais, bruxescos e ocultistas, sempre me foi ensinado que a grande importância da vela era acendê-la com intenção, em um lugar seguro para não colocar fogo na casa e direcionada a algum objetivo.
Quando entrei no Terreiro respeitei as tradições da casa referente as velas pros guias e mentores, até me afastei um tempo das práticas de bruxaria porque algumas – como a magia com as velas – era incompatível com os fundamentos da Casa. E aqui, sobrinha, caso você faça parte de um Barracão você deve seguir a orientação do seu Dirigente Espiritual, ok? Ok.
Porém, como saí do terreiro e voltei a prática individual, eu tenho minha própria forma de ver como e porque existem algumas crenças em relação a acender ou não as velas e se é perigoso ou não.
Acredita-se que a regra e o medo de se acender vela dentro de casa venha do fato que antigamente as casas eram de madeira e era fácil ter um acidente que causasse um incêndio, então, evitar acender vela em casa era algo lógico e em prol da segurança. Atualmente, na minha visão não faz mais sentido, mas sempre é bom cuidar o local que vai acender para evitar acidentes que podem causar desastres.
O segundo tabu que eu ouvi assim que entrei, era que vela sem direcionamento era pega por kiumbas, principalmente porque eu tive uma vela que voltou a acender sozinha (mas ela fora direcionada para uma divindade da bruxaria) e quem me falou isso achou que tinha sido um obsessor que fez isso porque a vela não teria sido bem endereçada.
Eu não acho que desencarnados são moscas atraídas pela luz, porém, é uma crença de algumas tradições que velas não direcionadas alimentam qualquer espírito que esteja por perto. Pessoalmente eu acho besteira, inclusive porque oferendas não direcionadas na minha percepção vão automaticamente para Hekate, então não faz sentido um obsessor se alimentar da chama. Mas se você estiver em uma egrégora que tenha essa crença, isso pode acontecer sim, porque a nossa visão da realidade é o que dá abertura para certas coisas acontecerem ou não.
O que eu entendo é que não faz sentido acender uma vela sem direcioná-la para algum objetivo, nem que seja só pra iluminar ou trazer um aroma para o ambiente. Então, recomendo muito acender as velas com atenção e intenção, direcionando para um objetivo.
E se você quer acender a vela como parte de uma oferenda para algum espírito, entidade ou divindade, é de bom tom você firmar seu pensamento, direcionar a intenção e para quem é a vela. E é assim que na minha prática acendo as velas: escolho um recipiente seguro, concentro meu pensamento na intenção que desejo (oferenda, fazer parte de um feitiço, etc) e enquanto acendo endereço para quem é a vela (Deusa, entidade, espírito, um objetivo).
Eu acho que em qualquer assunto sempre é interessante você pesquisar a origem das determinações, entender se você concorda ou não, e através da sua análise escolher o que vai adotar ou não na sua prática.
Somos livres, os mesmos assuntos têm diferentes pontos de vista. Hoje eu trouxe a minha visão em relação a acender velas, talvez você tenha outra e a minha visão não torna a sua errada e vice-versa. A pluralidade de ideias é incrível e conhecê-las nos ajuda a montar nossa prática de uma forma que faça sentido para o nosso coração.
Beijos de luz,
Tia B.
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